Santiago de Compostela que nada, eu quero é Porto de Galinhas

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Todo mundo tem vontade de fazer, ou ser alguma coisa. Eu não, todas as coisas que achei que queria fazer, ao chegar mais perto percebi que eram errôneas. Nunca tive vocação pra nada, só capacidade pra muito. O que por si só é inútil. Tenho uma relação com a leitura desde bem novo, Monteiro Lobato me mostrou um mundo muito mais divertido que o meu, cheguei até a ter uma paixão imaginaria platônica pela Narizinho. Apos ter digerido Lobato continuei, Coleção Vaga-lume, Paulo Coelho (sim eu li), Comic Books (Yes! eu leio), Sidney Sheldon, Tolkien. Meu apetite por livros me tornou uma criança não exatamente normal. Então cresci de certa forma frustrado, pois me dividia entre a realidade e a ficção. Na minha adolescência descobri a poesia, Manuel Bandeira, Fernando Pessoa, Mario Quintana, etc.. Como todo adolescente amorosamente frustrado me inventei poeta. Escrevi algumas dúzias de poemas apaixonados e poeticamente mal escritos, os quais enviava às minhas paixões, não enxergando a inutilidade desse ato. Mantive-me nessa fase enquanto descobria as bebidas, mulheres e a boêmia do inicio da minha vida universitária. Vi que nem tudo são flores, mas que os prazeres da vida são mais fáceis de alcançar do que parecia. Decepcionei-me com minha opção vocacional, meu caminho mais simples, seguro e natural, o qual acreditei que resolveria todos meus problemas. Fiquei perdido, sem saber para quê estava aqui, por que estava aqui, e o pior, o quê fazer aqui. Resolvi aprofundar meus pensamentos, Aristóteles, Nietzsche,Porto de Galinhas Mencken, Oscar Wilde, Guimarães Rosa, etc.. Enchi minha mente de pensamentos, ideais antigas, novas, controversas e contraditórias, algumas lógicas, outras de pura fé. Tentando assim me achar em alguma teoria, procurando um sentido que não existe, mas que poderia me satisfazer. E com tudo isso cansei de ouvir. As palavras alheias já não me dizem tudo. Finalmente descobri o único talento que todos precisamos, como pensar.

Subitamente quis escrever, quis dizer o que penso, dizer o que quero, ou talvez o que os outros precisam ouvir. Poemas? Não, esse não era mais eu. Quero escrever apenas, textos, sem rótulos, ou classificações literárias. Onde? Livros? Ninguém séria louco de publicar. Jornais? Idem. Descobri a internet como meio de expressão, primeiro o Twitter e seus micros pensamentos expressos e através das pessoas que mais me identificava por lá cheguei aos Blogs. Percebi que grande parte dos que tinham algo realmente relevante a dizer cultivavam belos e interessantes Blogs. Criei então o meu Blog, sem saber o que fazia (e continuo sem saber), recebi criticas, percebi indiferença e ouvi elogios. Me senti alguém, me senti satisfeito, mas e agora?

Porque eu quero ir ao “Porto Cai na Rede”, um encontro de 40 dos maiores bloporto1gueiros do Brasil? Entre eles alguns dos mais admirados por mim, mas que não irei puxar saco citar aqui. Bem, estamos falando de Porto de Galinhas! Reconhecida inúmeras vezes como a melhor praia do Brasil. Um lugar de beleza incomparável, cheia de gente interessante, com hotéis e pousadas inacreditáveis, com vários roteiros e atividades bacanas. Porto de Galinha é o lugar, beleza e diversão durante dia e noite. Quer maneira melhor de unir o útil ao agradável? Eu quero entrar em mais uma porta que apareceu no meu caminho. Conhececaminho-de-santiago-de-compostela-3209-40r um dos lugares mais lindos do Brasil, conhecer pessoas, conhecer esse mundo e me conhecer. Nada como estar entre romanos para descobrir se Roma é para você. Paulo Coelho fez o Caminho de Santiago de Compostela, eu quero ir ao "Porto Cai na Rede", cada um tem a trilha de autoconhecimento que merece, e a minha é bem melhor.

5 comentários:

  1. Felipe, admiro sua capacidade de expressar em seus textos sentimentos, ansiedades e idéias. Ler seus textos é prazeroso e sempre cabe uma reflexão.
    Parabéns e um abraço

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  2. fala concorrente!!! gostei do seu... mais meu voto vai para o meu. Boa sorte!

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  3. Felipe...

    Fiquei lendo sua postagem e parecia estar me vendo em versão masculina...

    Também tive uma paixão platônica... pelo Pedrinho!!

    Aos 11 anos apaixonei-me por Clarice Lispector (Li "Perto do Coração Selvagem" nessa idade!!), Vinícius de Moraes, Carlos Drummond de Andrade, Chico Buarque... Escrevi centenas de poesias, contos, romances... Hoje gosto mais de me ler como cronista... Há muito tempo queria criar um blog, mas sempre adiava... Eu o fiz, finalmente, em maio desse ano... E o Twitter me desafia, com seus 140 caracteres (tenho extrema dificuldade com sínteses... sou prolixa!!)...

    Coincidências também nas aventuras amorosas, especialmente universitárias (morei em alojamento feminino de universidade federal, imagine!)... Ah, e sou formada em Administração!! E em Matemática...

    Não sei se sou galanteadora, mas sou profunda admiradora da arte da sedução...

    ^^

    Gostei muito dos seus textos, espero que vc escreva sempre, porque eu virei sempre ler...

    Beijos!!

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  4. Olá Felipe!
    Talvez tenhamos bem mais em comum do que um oceano possa realmente separar...
    Também cresci um pouco alheio às leituras que normalmente todos os meus amigos seguiam, se é que seguiam... troquei os livros infantis, as aventuras e as bandas desenhadas pelos clássicos dos grandes autores portugueses do realismos e romantismo... Prdi-me também entre os versos de Camões e as mil e uma vidas e sensações de Pessoa.
    Cresci sabendo que seguia um caminho diferente do usual mas era assim que me dava ao prazer da leitura.
    Fui rabiscando aqui e ali mas sem nunca acreditar no que realmente escrevia e, por isso, tudo ficava guardado a sete chaves...
    Cresci e tornei-me homem. As decisões sobre as quais um dia sentia certezas mostraram-se, muitas delas, como inúteis e pouco significativas para mim.
    E assim fui construindo o meu caminho, construindo e desconstruindo e assim o continuo a fazer.
    Só há pouco percebi, sabendo que ainda muito tenho a perceber, que o caminho certo é trilhado através daquilo que nos dá alento, sensações de guerra e paz, que nos faz sentir vivos.
    E por isso te digo que sigas essa tua vontade...esteja ela ou não nesse lugar, não interessa... Fará parte do teu percurso, da tua própria construção.

    Abraço grande

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  5. adorei por aqui...
    meio perdidos sempre, é o que somos!

    um bjo.

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