As respostas que a internet nos dá

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Não foi de repente, na verdade eu não sei quando começou, acho que desde que me conheço por gente. Eu tenho dúvidas e sempre tive, mas hoje, não sei se pela tensão, não sei se foi o álcool, mas hoje elas resolveram me assombrar. Já procurei respostas em meu copo de whisky, até encontrei, mas na manhã seguinte as respostas desapareceram com a chegada da ressaca. Procurei as respostas dentro de mim, e assim consegui mais algumas perguntas. Procurei as respostas em outra pessoa, eram respostas até agradáveis, até que me cansei dela, quero dizer, delas.

Como estamos em pleno século XXI e somos membros de uma sociedade desenvolvida, resolvi procurar as respostas onde qualquer pessoa sensata faria, a internet. “Existe uma alma gêmea?” Se bem entendi o que o Google disse, tem sim, basta você assinar um canal de SMS que acham pra você. “O dinheiro traz felicidade?” Isso o Google não soube me dizer, mas me prometeu que conseguiria o dinheiro pra mim, e ai eu descobria sozinho. “Qual o sentido da vida?” Com essa eu fui parar na Wikipédia, e com isso descobri que o sentido da vida não é muito confiável. “É possível separa sexo e amor?” Parece que não, pelo menos o pessoal das fotos que eu vi, não acredito que dava pra separar. “Deus existe?” Aparentemente existe, o problema é que todo mundo parece achar que é ele. i-will-use-google-before-asking-dumb-questions-20100119-171412

Acho que afinal não encontrei as resposta que eu queria. Mas ninguém nunca vai encontrar as respostas que quer. Se tiver muita sorte, um dia, você acha as respostas que precisa.

O insulto nosso de cada dia

249_palavrao Nada mais fácil do que insultar alguém, as palavras aceitam qualquer forma que lhe é dada. Palavras não te cobram a verdade ao serem ditas. Palavras não te cobram coerência ao serem ditas. Palavras não te cobram sabedoria ao serem ditas. Não, elas não cobram, pois as pessoas e a vida já fazem isso por elas, e muito bem. Eu conheço o prazer do insulto, aquela sensação de poder e alivio, a glória em sentir o doce sabor do liquido que escorre da ferida. Não serei leviano e irreal dizendo que devemos abrir mão desse prazer único e necessário. Na verdade poucos prazeres na vida merecem ser renegados. Mas um xingamento desnecessário ou mal usado é a “droga’ mais pesada e suja que podemos usar para tal fim.

Certos gostos só são saborosos com o acompanhamento certo, e no caso do insulto, é a razão. Não seja ingênuo ao ponto de achar que simplesmente esbravejar sem rumo te servirá de algo. Você só vai se acostumar cada vez mais a ser idiota, e começara a procurar a alegria nos defeitos alheios, ao invés das próprias conquistas. Não existem insultadores profissionais, existem críticos e humoristas, e saiba que a diferença é bem grande. Você sabe que não está fazepalavrao ndo uma critica quando seu intuito não é explicar, guiar ou informar. Você sabe que não está fazendo humor quando o que quer receber de volta são as lágrimas inimigas, ao invés de sorrisos satisfeitos.

Não somos santos, nem devemos ser. Vocês podem dar a outra face se quiserem, mas quando as duas estiverem feridas eu espero que vocês se levantem. E quando for se levantar saiba que os insultadores são movidos a raiva irracional. Às vezes argumentos, discussões e lógica podem funcionar, às vezes tudo isso será ignorado. Afinal para tais pessoas pouco importa a razão e sim o efeito. O que fazer? O que te fizer sentir melhor, brigue, xingue, chore, processe, não importa muito o quê. O importante é fazer o que for necessário para poder se sentir mais leve e seguir com sua vida, e deixá-los com a indiferença que merecem. Quanto a eles terem o que é merecido, eles já têm, eles são idiotas.

O problema não é quem, mas de quem.

“O problema não é você, sou eu.” Qualquer pessoa que já tenha passado da adolescência, já ouviu isso. Tais palavras têm a capacidade de insultar tanto nossos sentimentos, quanto a nossa lógica. Eu realmente não tenho nada contra mentiras, elas são essenciais, desde que não sejam esfarrapadas. Ninguém precisa terminar com alguém ríspida e diretamente, como se sacrificasse um animal doente. E todos temos mais que o direito, quase que um dever, de terminar um relacionamento que não nós faz feliz. Mas poucas coisas são tão irritantes quanto alguém dizer estar pensando em você, quando sabemos que a ação vem da mais antiga e pura (e justa) característica humana, o egoísmo. Tudo bem, o problema não sou eu, o que torna o problema meu, e dos meus problemas eu cuido. Malditos sejam os escritores românticos que criaram essa lenda do: “Vou me afastar de ti pelo seu bem.” Covardia disfarçada de altruísmo. Cada um é dono de suas escolhas, decisões e riscos, todos são responsáveis pela própria felicidade. E acho que ser dispensando com uma desculpa ridícula como essa não vai ajudar muito. Se valer de alguma coisa, ao menos a pessoa não está mentindo; ela bem que tentou mentir, mas não está. Mentiras sinceras ainda são as que interessam, mas verdades hipócritas também têm sua serventia. Qualquer fim pessoa que chegue a ser tão fraca e inconsequente para usar desse artificio, com certeza é um grande problema. Um problema que explodiria mais cedo ou mais tarde

O fato é que a pessoa não te quer. Os motivos disso podem ser inúmeros, você pode ser uma mala, a pessoa pode ser uma mala, a mãe dessa pessoa pode ser uma mala que fatiou o psicológico da sua prole. Na verdade isso muito pouco importa. A questão é o que fazer, e a resposta é nada. Se seu, ou sua pretendente não vê motivos suficientes para estar com você. E ainda por cima não tem a coragem de ao menos inventar uma desculpa menos covarde. Para quê você faria algo? Nada aumenta mais a convicção de quem deseja largar uma pessoa, do que pedidos desesperados de outra oportunidade. Apenas pergunte à pobre alma se ela tem certeza, e após isso simplesmente concorde com ela. No mínimo a pessoa vai ganhar muito no que pensar, no máximo você vai ter algo do que se orgulhar. Não tenha medo de se arrepender. Uma péssima desculpa nada mais é, que o fim prematuro de um péssimo relacionamento.

 

 

(pedido feito por @rdvdantas)

Natal? Não, obrigado.

Natal, época de felicidade. Quer dizer, talvez para você. Eu não gosto do Natal. Duvida?

Tudo começa com a principal personalidade do Natal, Papai Noel. Desde criança eu tenho medo do Papai Noel e de palhaços. O que dá na mesma, qualquer um usando aquela roupa, nesse calor, é um palhaço. Ainda tenho as fotos do fatídico Natal em que minha Tia (isso, meu primeiro Papai Noel era um ser mitico-transexual) se vestiu com aquelas malditas roupas vermelhas e uma barba de algodão de farmácia. O que eu sei, é que a única coisa que pedi a Papai Noel foi pela minha vida. Isso não me tornou uma criança popular no Natal, enquanto todas faziam Heeee!! em direção ao Noel, eu fazia Buaaaa em sentido contrario. E a informação de que tal ser ira invadir minha casa secretamente durante a noite, não me ajudou com meus problemas.

Eu nunca havia entendido o porquê das roupas vermelhas. Mas então descobri que o Papai Noel original era são Nicolau, um religioso que dava moedas de ouro aos necessitados. Vermelho, assistencialismo e barba? Papai Noel foi o primeiro comunista da história.

evolução do comunismo

Arvore de Natal é outra coisa que sempre me entristeceu. Pinheiros, árvores de Natal são pinheiros. Bem, lá em casa a árvore de Natal era uma Jabuticabeira. Porque uma jabuticabeira? Não sei, pergunte aos meus pais, deve ter algo a ver com jabuticabas e bolas de natal. Não satisfeitos com a imitação barata de árvore de Natal, ainda por cima tinha neve nela! Que obviamente era algodão (provavelmente a barba do Papai Noel do ano passado). Tudo isso fora as horas perdidas tentando descobrir qual maldita lâmpada do pisca estava queimada. E não venha me falar das árvores artificiais, aquelas mais parecem esqueletos pintados de verde.

Filmes, programas, seriados de natal, são todos um crime ao bom gosto humano. Mas nada é pior que a ilusão criada pelos comerciais de natal, especialmente os de peru. Lembro-me até hoje de quando vi minha primeira propaganda de peru de Natal. Robusto, dourado, tenro, aquela ave parecia uma iguaria digna dos deuses. Sem falar na magnífica tecnologia, pois o peru vinha com um novíssimo termômetro (que eu tinha certeza, era coisa de japonês). Na noite de Natal eu era todo expectativa, não quis ver árvore, não quis ver Papai Noel, sentei ao lado do forno, pois ali estavam minhas esperanças. Passadas horas em formato de dias, minha mãe anunciou “O Peru”. Ao chegar à mesa vi um frango metido a besta. Dourado? Eu diria estorricado, uma cor bem semelhante ao adquirido por minha tia nas viagens à praia. Tenro? Tanto quanto uma pedra pode ser. E o pior, o termômetro falhou.

Viu, eu não gosto de Natal. Mas como vivemos em uma sociedade democrática, nem tudo é para se gostar, e eu gosto de panetone. FELIZ NATAL!

Mulheres, homens e capachos.

Existe uma grande diferença entre o homem que as mulheres querem, o homem que as mulheres desejam e o homem que as mulheres precisam.

Diferenças? O querer é racional, o desejo é passional. O querer é o objetivo, o desejo é a vontade. Queremos comer uma salada e emagrecer, mas desejamos uma bela macarronada.

O Capacho – As mulheres querem um homem que faça suas vontades. Sim, o sonho delas é o nosso pesadelo. Elas querem um homem que vá com ela na missa aos domingos, e ao mesmo tempo nem se lembre do futebol. Que seja fiel, óbvio! Que nunca, jamais, demande ver o novo filme do 007 ao invés da comédia romântica. As mulheres querem um homem que não tenha vontade própria, ou que sua vontade seja saciar as dela, o que dá na mesma. A boa noticia? Existem alguns desses atormentados por ai. A má noticia? Além de que provavelmente a mãe dele deve ser uma sugadora de almas? Elas não irão respeitá-los, e sendo assim não irão suportar os coitados por muito tempo.

O Cafajeskarlof-frankensteinte – Quando a mulher não aguenta o cara que ela quer, ela irá se afogar no que ela deseja. Esse homem é a cachaça na qual ela se esbalda, ela sabe que vai se arrepender, sabe da ressaca que vai sofrer. Mas nada disso importa, ele sabe quais botões apertar, ele sabe dar o que ela anseia. Ela esquece a falta de educação, suas ausências, a falta de compreensão e aqueles ciúmes malucos dele; ela chega até a relevar aquela eterna barba por fazer. E ela não sabe o porquê disso, talvez sejam os instintos das cavernas gritando, ou a educação patriarcal da sua família, mas provavelmente ela simplesmente acha que gosta. Mas um dia o insuportável se torna intolerável.

O Príncipe?!?! – Entre esses dois estereótipos extremos encontra-se o homem com o qual as mulheres sonham. Companheiro, mas independente. Carinhoso, mas fogoso. Másculo, mas limpinho. Ajuizado, mas não tedioso. Mas ainda não é esse o homem que elas precisam, primeiro porque ele não existe, segundo porque se ele existisse os outros já o teriam matado. O homem que as mulheres precisam, são os que gostam delas. Nada de clichês. Nada de tentar achar um Frankenstein, cheio de pedaços ideais, mas que formam um conjunto inconcebível. Talvez ele tenha vários defeitos, provavelmente idiotas, talvez tão idiotas quanto às qualidades que a mulher vê nele, mas que para ela o fazem tão… dela. O homem certo será irritante as vezes, não morrerá de amores pela sogra, e nem abrirá mão do futebol, mas ele gosta da sua mulher. Ele pode errar, mas sempre fará o possível para recompensar, ou não. Quando a mulher não sabe exatamente porque gosta do cara, ela possivelmente está no caminho certo. Porque gostar não é lógica, não é exato, o gostar é uma ciência oculta, onde as únicas provas que existem são os sentimentos.

Decida-me ou devoro-te.

esfinge A vida não passa de momentos, e esses são como livros. Durante nossas vidas lemos inúmeros, alguns bons, outros ruins; alguns grandes, outros pequenos; alguns importantes, outros também. Assim como os livros, acumulamos os momentos que vivemos, vamos guardando respeitosamente nessa grande prateleira que chamamos vida. As vezes voltamos a ler um ou outro, seja para sentir seu gostinho novamente ou simplesmente porque foi necessário, mas a maioria está ali, guardado. Afinal, os livros e os momentos que realmente merecem nossa atenção, são os que estamos vivendo. Mas infelizmente viver o hoje não significa viver ao vento, pois quem vive o hoje, deve enfrentar o hoje.

Esquerda ou direita? Eu telefono ou não? Comida japonesa ou italiana? Tomamos centenas de decisões diárias, a maioria banal, nem percebemos ao tomá-las. Outras nos assustam, enormes elas nos perseguem, e como uma Esfinge moderna elas desafiam: “– Decida-me ou devoro-te.” Tememos as decisgoya-homem_carregando_fardoões por temermos mudanças, sabemos como estamos antes delas, mas não podemos saber como ficaremos depois. Sim, uma decisão errada pode descarrilar sua vida, mas a falta de decisão deixa sua vida apagada. Nenhuma decisão é pequena o bastante para não mudar sua vida, assim como nenhuma é grande o bastante para defini-la por completo. Nosso futuro é um rascunho escrito a lápis, algumas linhas ou paginas mal escritas não podem estragar tudo, a não ser que deixemos. As melhores histórias sempre têm surpresas, erros e reviravoltas.

 

Tome suas decisões egoistamente, afinal o fardo é seu. Pense, pense bem, mas não demore desnecessariamente, isso só iria aumentar a angustia e o medo de errar. Saiba que as consequências de suas escolhas muitas vezes são mais fáceis de conviver, do que com o peso da indecisão nas costas.

Cheio de estar vazio

Não sei se vocês me entendem, mas ultimamente tenho sentido falta de sofrer. Não que eu seja masoquista, não é isso, sinto falta do que causa o mais saboroso dos sofrimentos. Falando claro, sinto falta de me apaixonar. Sinto falta de fazer coisas idiotas, ilógicas, de ter a vista eclipsada pelo sentimento. Sinto falta de sonhar um futuro improvável, com a certeza infantil que somente os apaixonados têm. Sinto falta de beijar. Pois um beijo sem sentimentos não passa de um roçar de lábios. Sinto falta de ser sofridamente feliz.

procurando-o-amor-thumb8061174Não sei exatamente onde perdi a capacidade de me apaixonar, acho que fui deixando um pedaço dela em cada boca em que procurei tal sentimento, e não achei. É como se tivesse fatigado meus sentimentos através do abuso dos sentidos. Tornei-me insatisfeito, onde nada, nem ninguém, pode me completar. Fiquei vazio. E agora sinto esse vazio ir sugando as outras alegrias. Sinto uma falta de sentido, uma falta de propósito, como se em cada conquista viesse embutida uma derrota.

Talvez o sentimento esteja morrendo no mundo em que vivemos. Parece que as emoções foram guardadas, e os corações foram trocados por processadores, precisos e frios. É como se amor já não fosse arte, e sim ciência. Mas pensando bem, não acredito nisso. Quanto mais nos protegemos por fora, mais frágil se mantém nosso interior. Quando falamos de paixão, somos tão fracos, frívolos, emotivos e tolos quanto foram todos nossos antepassados. Ainda somos pessoas, e isso não muda.

A paixão está ai, em algum lugar. Sim, ela não é fácil de encontrar, nunca foi, não séria paixão se fosse fácil. Mas ela vai aparecer, não quando eu deseje, nem quando eu precise, mas quando simplesmente e inexplicavelmente acontecer. Enquanto isso continuo a viver, procurando e perdendo, andando e tropeçando, mas sempre acreditando, ou não.

 
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