Os opostos se opõem


Vou falar de uma vez, porque nesse caso nem adianta enrolar. Ninguém muda. Não importa o quanto se tente, depois de formadas as pessoas não mudam mais. Muito menos por você. Todos têm esse vestígio narcisista de achar que somos diferentes. Lógico que somos todos diferentes, mas isso não quer dizer que as coisas com você serão diferentes ou que as pessoas com você serão diferentes.
As vezes não nos apaixonamos pela pessoa compatível, também chamada de pessoa certa. Na verdade na maioria das vezes nos apaixonamos pela incompatível ou errada. Compatibilidade e atração são duas coisas completamente diferentes. E quando os dois não coincidem pode ser muito complicado, algo como amar frutos do mar, mas ser fatalmente alérgico a eles. Uma coisa é se arriscar aonde você não sabe se vai dar certo, outra é pular de ponta numa piscina sem água. Eu acredito que nunca conhecemos uma pessoa completamente, sempre haverá um cantinho escondido de sua psique que nos será um mistério (ainda bem). Mas depois de um tempo todos sabemos se somos compatíveis ou não. Como assim? Bem vamos definir o que é ser compatível, ou melhor, o incompatível. Um casal é incompatível quando um dos dois, ou ambos, precisa que o outro seja, haja de forma “diferente” para que tudo corra bem. Pronto, se a outra pessoa tem um defeito, ou simplesmente um comportamento, por menor que seja que você não aguenta, vocês são incompatíveis. Ou pior, essa pessoa pode querer que você deixe de fazer algumas coisas, e pode ter certeza, serão coisas que você sentirá falta.
E então surge a ilusão. Começamos a pensar que podemos mudar, ou que o outro pode mudar. Não pode! Você já é quem é. Suponha que mesmo assim um de vocês tente. Talvez o outro tente relevar seu “defeito”, ou você tente não fazer isso mais, afinal vale o sacrifício. Passa um dia, uma semana, um mês e essa barreira vai começando a incomodar, a crescer, até ser incontrolável. Você já não aguenta aquela mania INSUPORTÁVEL, você já não aguenta deixar de fazer o que pra você antes nem era importante, mas agora, agora parece que a alegria da sua vida depende disso. Nada como a proibição para temperar um desejo. Eu queria saber quem foi o génio que disse que física e relacionamento são ciências afins. Os opostos se atraem que nada, pelo menos não por muito tempo. Em cada momento em que você se cala, em cada momento que você se impede de agir de forma natural. Mais uma gota é adicionada ao cálice da sua paciência. Até que tudo transborde. E esse é o fim do relacionamento e o começo do martírio.
Por mais que aquilo te incomode, parece um motivo tão banal. Algo tão ridículo para se terminar um relacionamento. Como podemos ter coragem de passar por todo o doloroso processo que um rompimento implica, por causa disso? Ninguém precisa de um motivo para terminar um relacionamento. Precisa-se de motivos para continuar com eles. Quando o prazer tiver sumido, quando a ideia de ver a pessoa já não lhe parece tão agradável. Pense bem, converse, veja a razão, se é algo temporário. Mas fases não são eternas. E quando você perceber que aquilo é quem vocês são. Não titubeie, não tenha medo, não pense muito mais. Acabou vocês não podem ficar juntos. Aceite a parte que te cabe nessa dor e siga sua vida.

8 comentários:

  1. Lembrei-me daquele trecho de uma música do Teatro Mágico: "os opostos se distraem / os dispostos se atraem"...

    ;DD

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  2. Realmente faz lembrar a música msm.
    Parabens pelo texo, muito bom!

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  3. teu texto ficou mto bom, me fez refletir sobre certas coias, rs :)

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  4. Felipe querido...só um pisciano querido para escrever aquilo para mim...rs
    Ser radical não é fácil....aprendizados contínuos...
    ótimo te ler!!!
    beijo

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  5. Este comentário foi removido pelo autor.

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  6. Escritor se nasce, não se torna!

    ;)

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