O formal, a moral e o normal


Desde pequenos ouvimos falar do formal, da moral e do normal. A santíssima trindade do comportamento social. Na tentativa de se mostrar superior aos outros animais, nós humanos resolvemos criar regras. Regras que nos dizem o que fazer, quando fazer e como fazer. Uma tentativa de manter sobre controle nossos instintos, desejos e necessidades.
O formal já é um conceito originalmente ambíguo, e já trás uma mentira na sua fonte. O formal é o comportamento que você deve mostrar em frente às pessoas importantes e desconhecidas, mas que você não precisa seguir caso esteja com pessoas ordinárias e da sua convivência. Ou seja, finja ser quem você não é até que te conheçam o suficiente e você possa mostrar sua face. Uma mentira, como várias outras, necessária, pois causaria enorme estranheza e surpresa em uma sociedade acostumada com mascaras, ver a verdadeira face de alguém em seu primeiro contato.
Nada mais tenebroso que defensores ferrenhos da moral e os bons costumes. Pessoas aparentemente sem vida, que se alimentam da desaprovação do comportamento alheio e da crucificação da diversão. Mas o pior dos patrulheiros da moral é que, dadas raras exceções, são eles próprios os maiores imorais. Entende-se moral como um conjunto de regras criadas e aceitas por uma sociedade em determinado tempo e espaço. A moral não está escrita, encontram-se fragmentos desta nos livros sagrados e jurídicos, e alguns reflexos mais atuais na literatura de cada época. Fora isso a maior parte da moral continua a ser subjetiva e consequentemente manipulável. Consideramos moral o que nos convém, e imoral o que convém ao próximo. Cobramos a moral alheia, enquanto torcemos para que não enxerguem nossa desobediência a mesma. E taxamos de imoral tudo que queremos fazer, mas não temos coragem pra tal. Trocando em miúdos: Moral nos olhos dos outros é refresco.
Nada me causa mais estranheza que o normal. Eu sempre achei que a pessoas que parecem normais demais, no fundo são as mais insanas. Só consegue ser notoriamente normal quem utiliza de um extremismo doentio para alcançá-lo. Durante uma criação “clássica” tentasse sufocar o natural para criar o "normal", nesse processo sentimentos são espremidos e transformados em problemas e falhas psicológicas, criando-se lobos em pele de cordeiro. Certas pessoas aparentam a normalidade sem serem necessariamente malucos, esses não são normais, são simplesmente chatos. A normalidade e a chatice se confundem, por terem como sintomas hábitos cansativos e entediantes. Sendo assim o seu normal deve ser natural, fazer o que se deseja e o que te faz feliz, desde que não prejudique os outros.
Formal, moral e normal, nomes diferentes, mesmo objetivo. Tentar manter o rebanho sobre controle, os pensantes sem seguidores e os ignorantes como estão. Não se apegue a essa regras arcaicas, seja justo consigo e com os demais, o resto meu amigo é problema seu.

10 comentários:

  1. Olá! Falei que vinga, vim!

    Tá bem bacana o seu blog, voltarei mais vezes.

    Beijo
    VerboFeminino

    PS: é uma chatice essa "verificação de palavras" rsrsrs precisa mesmo ficar digitando essas letrinhas? rs

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  2. PS2: óbvio: "Falei que VINHA, vim".rsrsrs Coisas de catilografia, sorry... rs

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  3. Bom texto! não tenho muito mais o que acrescentar nesse espaço, mas acho que uma citação do Frank Zappa caberia aqui: "Sem um desvio do normal, progresso é impossível."

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  4. vc faria muito sucesso como autor de powerpoints.

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  5. Autor de Powerpoint? Será?? Se der dinheiro... Acho q ia ficar bem no meu currículo. rsrs

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  6. Felipe,bacana o teu blog. Virei te visitar mais vezes.

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  7. Por isso é que sou lokko...
    normal?! não faz parte do curriculo da minha vida. belo o seu post...

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  8. Dia 25 de agosto. Meia noite e quarenta e quatro, então hoje já é amanhã. Mas não é só por isso que é válido salientar a data de hoje hoje.
    Enfim... talvez eu seria mais feliz se me completassem com a sua subjetividade criativa do que você, se te completassem com a minha técnica ortográfica aspirante a obsessiva compulsiva. E isso, óbvio, é de fato um elogio! Sabe-se que o que não tem solução, solucionado está. Entretanto é inevitável não pensar em estratégias...
    Então dê-me um pouco de você!
    O que cabe em mim é esse "pouco" que te transborda. O "muito" envolve mais do que um cérebro brilhantemente "Marioquintaneante",incluindo um coração arfante. Preenche meus espaços vazios, porém incha os que já se ocuparam com as minhas objetividades floridas.
    Parabéns! A você e a mim. E o meu presente é ser chamada carinhosamente, às vezes, de INSPIRAÇÃO...

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  9. caraca ... caí aqui por obra do acaso e estava justamente refletindo mais ou menos sobre este tema ... parabéns pela sua contextualização ... perfeita mesmo ... enfim seu blog está com um começo promissor ... riquíssimo de sensibilidade, sutileza, criticidade ... enfim ... muito bom meeeesmo ... voltarei sempre ... seguindo e linkado

    bjux

    ;-)

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  10. Excelente enfoque, de uma matéria de difícil abordagem e entendimento para muitos.

    Você conseguiu.

    Parabéns!

    Um abração carioca

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