Estrelas, pedradas e grilhões


Enquanto uns passam a vida a observar a paisagem, outros mudam essa paisagem. Uns realizam, outros se frustram. Mas qual a diferença entre eles? Fernando Pessoa disse: “O mundo é para quem nasce para o conquistar. E não para quem sonha que pode conquistá-lo, ainda que tenha razão.” Ou seja é tudo uma questão de ser e não de querer. É obvio que para se ser tem que querer. Mas o querer nada resolve sem a ação. Assim como a capacidade de nada serve isoladamente.
Mas o que nos impede? O medo de falhar. A dor da falha parece muito maior que o incomodo de não tentar. E com medo do erro passamos a vida a sombra de quem poderíamos ser. Limitamo-nos a viver como nos é permitido, ao invés de como queremos. E assim amarguramos, passamos a nos machucar por toda e qualquer vitoria alheia, por menor que seja. A alegria de nossos semelhantes nos faz vislumbrar quem não somos. Faz-nos enxergar os talentos que desperdiçamos e as oportunidades que perdemos. Todos os sim que não tivemos coragem de negar e os sim que não tivemos força para abraçar. A imagem de quem poderíamos ter sido comparadas a de quem somos nos faz sentir vergonha. Vergonha de nossos pais, de nossos amigos, vergonha de nós mesmos.
Culpar o sucesso alheio por nossa mediocridade é como jogar pedras nas estrelas. Haja e seja. O erro é o ensaio do acerto. Preocupar-se com as conseqüências dos seus erros é justo, para os outros, não para você. Pois você quem vive sua vida, é você quem tem de passar cada dia convivendo com suas escolhas. Não se deixe intimidar, somos todos filhos da humanidade. Somos todos humanos defeituosos e belos, como relógios antigos numa parede. Sua capacidade é equivalente a sua coragem. Uma grande mente que nunca se arriscou a criar é medíocre, perto da mais simples das idéias propostas. O orgulho existe para ser posto a prova, para ser arranhando, ferido e assim demonstrar sua força. Saiba que caso tome tal iniciativa, será julgado e sentenciado. Assim como você era incomodado pela coragem dos outros, você passará a incomodar. Mas isso nem irá lhe importar. Pois nada supera a sensação de liberdade de se livrar dos grilhões do medo de viver.

6 comentários:

  1. Texto , absolutamente profissional.

    Meus parabéns, companheiro, é disto que precisamos :bçog com conteúdo.

    Estou lhe convicando para conhecer meu blog de humor: COMO ERA FÁCIL FAZER SEXO, no endereço:

    http://adoraonoturnafeminina.blogspot.com/

    Um abração

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  2. Desculpe os dois erros de digitação:bçog, não-blog;

    convicando(?), e sim convidando.

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  3. Fico sempre feliz quando caio num lugar onde vejo a expressão lantente nas palavras...li aqui alguns textos seus....vc envolve um estilo propio...de romance...de poesia..de cronica...e acompanhei varios com muita atenção....gostei de muitos pontos de vistas que vc colocou....principalmente neste ultimo seu.....O Medo sempre se fazando de barreiras para as pessoas....
    Mais como dizia um amigo meu..."Quando ele sentir medo sabera seguir em frente...ou parar de vez"

    Ate mais cara..volterei sempre quando puder...


    Ademerson Novais de Andrade
    Espero que um dia visite meu blog

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  4. Pois é Felipe a sair da fantasia e batalhar pela realidade.
    Adore seu blog. Voltarei

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  5. Precisamos de Atitude! Não podemos jogar nossos medos pela janela. Temos que fazê-los descerem as escadas, um a um...
    Temos que fazer nossa estrela brilhar, levantarmos das pedradas e desviarmos dos dedos tesos. Quanto aos grilhões, estes prendem somente os covardes.
    Grande abraço!

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  6. "Culpar o sucesso alheio por nossa mediocridade é como jogar pedras nas estrelas. Haja e seja. O erro é o ensaio do acerto."
    Como disse Fernando Pessoa: "tudo vale a pena, se a alma não é pequena!" É isso aí, mas se a estrela estiver muito no alto, é bom ter cuidado para não jogar pedras na vertical. Lei da Gravidade!...

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