Mulheres, homens e capachos.

Existe uma grande diferença entre o homem que as mulheres querem, o homem que as mulheres desejam e o homem que as mulheres precisam.

Diferenças? O querer é racional, o desejo é passional. O querer é o objetivo, o desejo é a vontade. Queremos comer uma salada e emagrecer, mas desejamos uma bela macarronada.

O Capacho – As mulheres querem um homem que faça suas vontades. Sim, o sonho delas é o nosso pesadelo. Elas querem um homem que vá com ela na missa aos domingos, e ao mesmo tempo nem se lembre do futebol. Que seja fiel, óbvio! Que nunca, jamais, demande ver o novo filme do 007 ao invés da comédia romântica. As mulheres querem um homem que não tenha vontade própria, ou que sua vontade seja saciar as dela, o que dá na mesma. A boa noticia? Existem alguns desses atormentados por ai. A má noticia? Além de que provavelmente a mãe dele deve ser uma sugadora de almas? Elas não irão respeitá-los, e sendo assim não irão suportar os coitados por muito tempo.

O Cafajeskarlof-frankensteinte – Quando a mulher não aguenta o cara que ela quer, ela irá se afogar no que ela deseja. Esse homem é a cachaça na qual ela se esbalda, ela sabe que vai se arrepender, sabe da ressaca que vai sofrer. Mas nada disso importa, ele sabe quais botões apertar, ele sabe dar o que ela anseia. Ela esquece a falta de educação, suas ausências, a falta de compreensão e aqueles ciúmes malucos dele; ela chega até a relevar aquela eterna barba por fazer. E ela não sabe o porquê disso, talvez sejam os instintos das cavernas gritando, ou a educação patriarcal da sua família, mas provavelmente ela simplesmente acha que gosta. Mas um dia o insuportável se torna intolerável.

O Príncipe?!?! – Entre esses dois estereótipos extremos encontra-se o homem com o qual as mulheres sonham. Companheiro, mas independente. Carinhoso, mas fogoso. Másculo, mas limpinho. Ajuizado, mas não tedioso. Mas ainda não é esse o homem que elas precisam, primeiro porque ele não existe, segundo porque se ele existisse os outros já o teriam matado. O homem que as mulheres precisam, são os que gostam delas. Nada de clichês. Nada de tentar achar um Frankenstein, cheio de pedaços ideais, mas que formam um conjunto inconcebível. Talvez ele tenha vários defeitos, provavelmente idiotas, talvez tão idiotas quanto às qualidades que a mulher vê nele, mas que para ela o fazem tão… dela. O homem certo será irritante as vezes, não morrerá de amores pela sogra, e nem abrirá mão do futebol, mas ele gosta da sua mulher. Ele pode errar, mas sempre fará o possível para recompensar, ou não. Quando a mulher não sabe exatamente porque gosta do cara, ela possivelmente está no caminho certo. Porque gostar não é lógica, não é exato, o gostar é uma ciência oculta, onde as únicas provas que existem são os sentimentos.

Decida-me ou devoro-te.

esfinge A vida não passa de momentos, e esses são como livros. Durante nossas vidas lemos inúmeros, alguns bons, outros ruins; alguns grandes, outros pequenos; alguns importantes, outros também. Assim como os livros, acumulamos os momentos que vivemos, vamos guardando respeitosamente nessa grande prateleira que chamamos vida. As vezes voltamos a ler um ou outro, seja para sentir seu gostinho novamente ou simplesmente porque foi necessário, mas a maioria está ali, guardado. Afinal, os livros e os momentos que realmente merecem nossa atenção, são os que estamos vivendo. Mas infelizmente viver o hoje não significa viver ao vento, pois quem vive o hoje, deve enfrentar o hoje.

Esquerda ou direita? Eu telefono ou não? Comida japonesa ou italiana? Tomamos centenas de decisões diárias, a maioria banal, nem percebemos ao tomá-las. Outras nos assustam, enormes elas nos perseguem, e como uma Esfinge moderna elas desafiam: “– Decida-me ou devoro-te.” Tememos as decisgoya-homem_carregando_fardoões por temermos mudanças, sabemos como estamos antes delas, mas não podemos saber como ficaremos depois. Sim, uma decisão errada pode descarrilar sua vida, mas a falta de decisão deixa sua vida apagada. Nenhuma decisão é pequena o bastante para não mudar sua vida, assim como nenhuma é grande o bastante para defini-la por completo. Nosso futuro é um rascunho escrito a lápis, algumas linhas ou paginas mal escritas não podem estragar tudo, a não ser que deixemos. As melhores histórias sempre têm surpresas, erros e reviravoltas.

 

Tome suas decisões egoistamente, afinal o fardo é seu. Pense, pense bem, mas não demore desnecessariamente, isso só iria aumentar a angustia e o medo de errar. Saiba que as consequências de suas escolhas muitas vezes são mais fáceis de conviver, do que com o peso da indecisão nas costas.

Cheio de estar vazio

Não sei se vocês me entendem, mas ultimamente tenho sentido falta de sofrer. Não que eu seja masoquista, não é isso, sinto falta do que causa o mais saboroso dos sofrimentos. Falando claro, sinto falta de me apaixonar. Sinto falta de fazer coisas idiotas, ilógicas, de ter a vista eclipsada pelo sentimento. Sinto falta de sonhar um futuro improvável, com a certeza infantil que somente os apaixonados têm. Sinto falta de beijar. Pois um beijo sem sentimentos não passa de um roçar de lábios. Sinto falta de ser sofridamente feliz.

procurando-o-amor-thumb8061174Não sei exatamente onde perdi a capacidade de me apaixonar, acho que fui deixando um pedaço dela em cada boca em que procurei tal sentimento, e não achei. É como se tivesse fatigado meus sentimentos através do abuso dos sentidos. Tornei-me insatisfeito, onde nada, nem ninguém, pode me completar. Fiquei vazio. E agora sinto esse vazio ir sugando as outras alegrias. Sinto uma falta de sentido, uma falta de propósito, como se em cada conquista viesse embutida uma derrota.

Talvez o sentimento esteja morrendo no mundo em que vivemos. Parece que as emoções foram guardadas, e os corações foram trocados por processadores, precisos e frios. É como se amor já não fosse arte, e sim ciência. Mas pensando bem, não acredito nisso. Quanto mais nos protegemos por fora, mais frágil se mantém nosso interior. Quando falamos de paixão, somos tão fracos, frívolos, emotivos e tolos quanto foram todos nossos antepassados. Ainda somos pessoas, e isso não muda.

A paixão está ai, em algum lugar. Sim, ela não é fácil de encontrar, nunca foi, não séria paixão se fosse fácil. Mas ela vai aparecer, não quando eu deseje, nem quando eu precise, mas quando simplesmente e inexplicavelmente acontecer. Enquanto isso continuo a viver, procurando e perdendo, andando e tropeçando, mas sempre acreditando, ou não.

 
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